RESUMO

2020 ESC Guidelines on sports cardiology and exercise in patients with cardiovascular disease

RMD ANO 14 | Nº5 Setembro 2023

Resumo

Dr. Basil Ribeiro
Medicina Desportiva, V N Gaia

Figura 1Ilustração com miocárdio normal e com miocardite2

A miocardite define-se como uma doença inflamatória, não-isquémica, do músculo cardíaco, a qual poderá causar alteração da função e arritmias. A miopericardite é definida como sendo uma pericardite associada a inflamação do miocárdio. A etiologia é variável, sendo a infeção vírica a cauda mais comum. A ESC faz ainda referência ao consumo de cocaína e de suplementos que contenham derivados das anfetaminas, especialmente nos sujeitos jovens. O diagnóstico é difícil de se considerar, podendo haver previamente queixas de virose sistémica. As queixas iniciais poderão ser subtis e os atletas poderão apresentar sintomas inespecíficos, como mal-estar geral, fadiga e diarreia. Contudo, as situações graves podem manifestar-se por arritmia sintomática supraventricular e ventricular, insuficiência cardíaca, choque cardiogénico e morte súbita de causa cardíaca. Poderá também simular o enfarte agudo do miocárdio.

Para o diagnóstico contribui a elevação da troponina cardíaca, a qual é um marcador de lesão da fibra muscular induzida pela inflamação. O eletrocardiograma poderá apresentar alterações não específicas, pelo que tem baixa sensibilidade diagnóstica. O texto refere alterações não específicas da onda T e do segmento ST, podendo ocorrer elevação do segmento ST a simular o EAM. Na presença de derrame pericárdico poderão surgir arritmias complexas e frequentes (ventricular e supraventricular), bloqueio auriculoventricular e baixa voltagem do QRS. No ecocardiograma poderá surgir um ventrículo esquerdo ligeiramente dilatado com alterações da motilidade regional ou, então, não dilatado, mas com aumento da espessura da parede se houver edema. A função sistólica ventricular pode variar entre a quase normalidade e a grande disfunção. A ressonância cardíaca é o exame de diagnóstico de maior utilidade, tem excelente sensibilidade para detetar as alterações inflamatórias no miocárdio. Finalmente, a biópsia endomiocárdica é o exame de eleição para o diagnóstico de miocardite, permite distinguir entre os vários tipos de inflamação e pode ser associada ao estudo genético.

Em relação à evolução clínica, é referido que cerca de 50% dos doentes recuperam totalmente a função ventricular num mês, 25% apresentam disfunção persistente e entre 12% a 25% evoluem para insuficiência cardíaca fulminante.

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