Resumo

Estenose da válvula aórtica

RMD Março 2024

Estenose da válvula aórtica

Dr. Basil Ribeiro

Medicina Desportiva, V N Gaia

Na estenose aórtica (EA) existe estreitamento na válvula aórtica, o que dificulta a saída do sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta.1,2 É a segunda doença valvular mais frequente nos EUA3 e é a que mais vezes conduz à substituição cirúrgica ou por via percutânea.4 Por vezes, esta restrição da válvula faz com que também não encerre de forma adequada, provocando regurgitação concomitante de sangue de volta ao ventrículo esquerdo. A estenose obriga a maior força de contração do músculo cardíaco, o qual vai provocar hipertrofia concêntrica como mecanismo de compensação. Contudo, a longo prazo, esta condição poderá terminar em fragilidade muscular, conduzindo a menor força de contração muscular e a insuficiência cardíaca.1

A EA pode ser de origem congénita ou adquirida, podendo surgir no contexto de doença reumática ou, mais habitualmente, ser degenerativa em resultado do envelhecimento devido à deposição de cálcio nos folhetos. Tal acontece após os 60 anos, mas os sintomas poderão surgir apenas uma ou duas décadas mais tarde.1,2 Na ausência de uma anomalia congênita, a EA é relativamente rara em pessoas com menos de 65 anos de idade.3

A epidemiologia varia entre os países de maior e de menor rendimento per capita, pois nos países mais pobres a doença infecciosa ou reumática é a causa mais frequente, ao passo que nos países mais desenvolvidos a principal causa é degenerativa.3 Nestes países a prevalência é de 12,4%, sendo que a prevalência de EA grave nos EUA e na Europa em pessoas com mais de 75 anos de idade é de 3,4%.3 De um modo geral, afeta uma em cada 20 pessoas com mais de 65 anos de idade.5

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