Atualidade

Sol, Ar Livre e Desporto: Riscos e Cuidados a Ter

RMD ANO 15 | Nº3 Maio 2024

Sol, Ar Livre e Desporto: Riscos e Cuidados a Ter

Prof. Doutora Ana Filipa Duarte1, Prof. Doutor Osvaldo Correia1,2

1Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), 2Centro de Dermatologia Epidermis, Instituto CUF, Porto, 3CINTESIS – Centre for Health Technology and Services Research, Universidade do Porto; 4Basic and Clinical Immunology Unit, Faculdade de Medicina, Universidade do Porto

A prática desportiva ao ar livre está associada a saúde e bem-estar. No entanto, quando prolongada e sobretudo em horas de risco acrescido [índice ultravioleta (UV) igual ou superior a 5], está associada a aumento do risco de queimaduras solares agudas e de dano cutâneo crónico.

É hoje do conhecimento comum que as queimaduras solares estão associadas ao aumento do risco de cancro cutâneo, mas a exposição crónica cumulativa à radiação UV também acarreta enormes riscos, que vão muito para além do envelhecimento precoce da pele, o nosso maior órgão. O chamado dano actínico crónico (dano causado pela exposição solar prolongada da pele) é um dos principais fatores de risco para lesões pré-malignas (nomeadamente as queratoses actínicas) e malignas da pele, incluindo os vários tipos de cancros de pele (carcinoma espinocelular, carcinoma basocelular e melanoma).

Os fatores geográficos também afetam os níveis de radiação UV, nomeadamente a altitude, a redução da camada de ozono, a reflexão da radiação por várias estruturas e componentes da natureza (neve, areia, água), e aumentam o risco de queimadura solar / dano solar crónico.

O protetor solar deve ser aplicado sempre, independentemente do tipo de pele. Deve ser aplicado em quantidade adequada (próximo dos 2 mg/cm2 mais facilmente obtido nas formulações e creme ou leite), cerca de 30 minutos antes da exposição solar e renovado a cada 2 horas. No mercado estão disponíveis formulações para todos os gostos e tipos de pele. Podem escolher-se formulações sem óleo, não comedogénicas, hipoalergénicas, resistentes ao suor e que não ardam nos olhos. Os formatos de bolso são mais fáceis de transportar.

Os praticantes de desporto ao ar livre são considerados indivíduos de risco para o cancro de pele, pelo que devem fazer uma avaliação regular com o seu dermatologista, o qual deverá orientar o plano de vigilância. No entanto, o autoexame da pele (verificação de todo o tegumento cutâneo pelo próprio, com ajuda de espelhos, conviventes e/ou registo de imagem) deverá ser efetuado a cada dois meses. No caso de verificar o aparecimento de alguma lesão cutânea de novo ou a modificação de lesão pré-existente deverá procurar de imediatamente o seu dermatologista.

Conteúdo exclusivo para subscritores

Se ainda não subscreveu a RMD, aproveite agora

Já é subscritor? Inicie Sessão

Recebemos a sua subscrição

Aguarde, por favor, até que a mesma fique concluída e poderá aceder a todo o conteúdo.