A atividade física tem benefícios inegáveis que tendencialmente contrariam os efeitos deletérios da obesidade. Contudo, a magnitude deste efeito é ainda difícil de objetivar. Pela falta de evidência científica nesta associação, este estudo pretendeu procurar a relação entre obesidade e atividade física relativamente ao risco de mortalidade a longo prazo.

Em 2021, Tarp J. et al reuniram informação proveniente de cerca de 35 mil doentes (de 8 coortes em países desenvolvidos) na perspetiva de compreender o impacto da atividade física e a massa corporal na mortalidade. Nesta meta-análise, para harmonização dos dados, parametrizaram a faixa etária, método de avaliação da atividade física e medidas avaliadas em cada amostra. De modo a eliminar o viés de cognição de autorrelatos, foram selecionados estudos que utilizaram dispositivos de medição de atividade física (acelerómetros) que permitem, não só contabilizar o tempo ativo, mas também a sua intensidade. Excluíram-se potenciais fatores confundidores de mortalidade, como participantes com idade inferior a 40 anos, seguimento inferior a dois anos, IMC < 18,5 kg/m² e história de doenças cardiovasculares ou neoplasia.