RESUMOS E COMENTÁRIOS
FMUP
RMD ANO 14 | Nº1 Janeiro 2023



Resumo e comentário
Early Postinjury Screen Time and Concussion Recoverya)
Dr. Francisco Calisto1; Dr. Nuno Matos Silva2
1Médico Interno de Formação Geral no Hospital Distrital de Santarém;2Médico Interno de Formação Especifica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital São Francisco Xavier (CHLO).
Este estudo tenta criar uma associação, em adolescentes e crianças, entre o tempo de exposição a ecrãs após uma concussão e a gravidade dos sintomas apresentados.
Os autores baseiam-se nas recomendações de limitação do uso de ecrãs após uma concussão.1 Todavia, não existe um consenso. Certas guidelines referem a restrição de um a dois dias e depois retomar o seu uso conforme tolerado.2 Outras mencionam a sua abstenção como parte do descanso cognitivo.3,4
Os autores mencionam um estudo recente5, em que se analisou o impacto do tempo de visualização de ecrã pós-concussão em pacientes dos 12-25 anos de idade que se dirigiram a um Serviço de Urgência. Concluiu-se que os que não usaram ecrãs tiveram tempo de recuperação menor face aos que não tiveram restrições. Porém, este estudo não esclareceu a relação entre o tempo de ecrã e o tempo total de recuperação. Embora o tempo de ecrã nas primeiras 48 horas pós-lesão pudesse contribuir para a exacerbação temporária dos sintomas, os efeitos a longo prazo da exposição na recuperação da concussão eram considerados como desconhecidos.5 Os autores questionaram, então, se a recuperação da concussão é prejudicada ou beneficiada pelo tempo de ecrã e em que medida se deve restringir.
Por um lado, parece que a restrição facilita a recuperação, ao diminuir o sedentarismo, a exemplo do aumento da atividade física, a qual acelera a recuperação na concussão.6 Por outro lado, há dúvidas se esta restrição possa ter efeitos negativos naqueles que se apoiam nas tecnologias e no mundo virtual.